Política e Yoga

Vivo o Yoga há cerca de 20 anos e acompanho a polêmica sazonal, em que instituições e órgãos querem se “apropriar” do Yoga e seus conhecimentos.

Se não me engano, em 2002, quando eu já era professora de yoga e cursava a faculdade de educação física, ouve uma comoção de professores de yoga, para não aceitar que o Conselho Reginal de Educação física (CREF) inserisse o Yoga como parte de seu conteúdo acadêmico, exigindo assim que professores de yoga fossem formados como educadores físicos.

Ufa! Nos livramos dessa!Digo isso, pois me formei nos dois segmentos e sei o quão distante uma formação está da outra.A parte física do Yoga é apenas uma das 8 que constituem o Yoga verdadeiro.

Bom, agora está em votação no senado brasileiro o projeto de lei que regulamenta o exercício da profissão de terapeuta naturista, propondo regulamentar a profissão de modalidades como: medicina oriental, terapia ayurvédica, outras terapias naturais, terapias psicanalíticas e psicopedagógica, yoga, cromoterapia, etc.

Como tudo na vida, prezo pelo equilíbrio e assim, analiso os prós e contras dessa situação.

Se em nosso país as instituições educacionais fossem mais sérias, ilibadas e com profissionais capacitados, acredito que a idéia proposta pelo senador Telmário Mota seria bem vinda. Isso se estenderia a ter fiscalização adequada para acompanhar a atuação dos órgãos responsáveis  e fiscalização competente (não subornáveis) para assim averiguar os estabelecimentos e profissionais atuantes.E não apenas sucumbir ao interesse maior financeiro, como arrecadação de impostos, anuidades para afiliações e mensalidades universitárias.

Como sabemos que com profissões como a própria medicina, isso não ocorre corretamente, pois péssimos profissionais, mesmo munidos de diploma de médico atuam clandestinamente em locais inadequados e colocam em risco muitas vidas, o que será então da regulamentação e  fiscalização de profissionais  “naturalistas”?

Diante desse quadro, acredito que o Yoga não deve ser ensinado dentro de universidades e faculdades brasileiras, ao menos não nesta época em que escrevo estas palavras.

Alunos interessados em se beneficiar dessa milenar tradição do Yoga, devem se valer do acesso à informação.Consultar sobre o estúdio e profissionais com o qual deseja praticar.Verificar qual sua formação, metodologia e abordagem dentro do yoga e terapias relacionadas.

Atualmente estamos vivenciando um “boom” de professores e estúdios de yoga que surgiram através do modismo, interesses egoístas e sem embasamento tanto de formação quanto de prática pessoal para então passar a ser um professor, aquele que realmente nasceu para ensinar o que sabe e gosta de fazer.

Professora Mônica Bergamo

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