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Posturas de yoga não são ginástica!

Você já viu aquelas fotos de posturas na internet e sente que nunca poderá praticar Yoga?

A maioria das pessoas se sente assim e isso é normal porque desconhecem o que de fato é a prática de Yoga e acabam definindo o conceito de uma prática tão vasta e completa apenas por uma foto de uma certa postura. Isso é como pegar uma frase fora do contexto e publicar apenas a frase. Olhar para o Yoga apenas com base nos ásanas é subjugar tudo o que a prática tem a oferecer. Ásanas são uma parte importante da prática, mas não são a prática em si.

Quando as pessoas me perguntam se praticar Yoga é difícil eu digo que sim porque Yoga nos leva a fazer grandes questionamentos como: Quem sou EU? O que vim fazer aqui? Qual é o propósito maior de tudo isso? Dessa nossa existência?

A prática nos convida a olhar com verdade para quem somos e onde estamos em nossa jornada. Não é nada fácil olhar dessa maneira para todos os aspectos de nós mesmos e perceber que a mudança que buscamos no mundo precisa começar dentro de nós, em nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações.  Sim, Yoga é “difícil “, mas é “difícil” por conta desses questionamentos e não pelos ásanas em si. Pois para os ásanas temos muitas modificações. Mas esses questionamentos fazem parte da nossa busca humana.

Embora possamos ver nos ásanas a sua beleza, perceber o aumento de flexibilidade do corpo e a melhora da nossa
condição postural com o tempo de prática, o que realmente buscamos é, através deles a mudança na nossa postura
interna, é o entendimento de e quem eu realmente Sou e a comunhão com o TODO.

Entendido isso, vamos reconhecer que os ásanas quando bem trabalhados são capazes de criar uma raiz dentro de nós.

Desapego, o exemplo das abelhas.

O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colmeia, abandonam-na e não a deixam morta, em ruína, mas viva e repleta de alimentos. Todo o mel que fabricaram além do que necessitavam, é deixado sem preocupação com o destino que terá.

Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás. Na vida das abelhas temos uma grande lição. Em geral, o homem constrói para si.Pensa no valor da propriedade, tem ambição em conseguir mais bens; sofre e briga quando na iminência de perder o que “lutou” para conseguir. “Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros…” Assim não pode haver paz quando pensamentos e sentimentos prendem o ser ao que ele julga sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar voo para novas moradas. E tal impedimento ocorre em vida ou mesmo após a morte, como um simples pensamento como, “para quem vai ficar a minha casa? ” é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada.

Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e ainda doam a maior parte dele . A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente o soltam, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que têm, seja para quem for- o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de dirigir a doação para alguém de nossa preferência.

Se quisermos ser livres, se quisermos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar.

O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, e que devemos soltá-los.Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda, e sim visão mais ampla. O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que há algo maior para nosso crescimento.E se não abrirmos mão do velho, como pode ter espaço para o novo?