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Fases da lua e Yoga

Nos dias atuais, as pessoas estão tão urbanas e tecnológicas, que perderam a percepção do sentir e intuir ao conectar-se com a natureza e seus ciclos.

Lembra quando sua avó escolhia a lua crescente ou cheia para cortar o cabelo e não o melhor dia que a agenda de compromissos permitia? Ou as pessoas diziam a hora do dia olhando para a posição do sol? Pois é, essas e muitas outras influências sobre nossas vidas, são baseadas nos movimentos dos astros.

Enquanto o Sol é a representação da nossa mente, a lua rege nossas emoções.

A lua nova é o momento de “plantar a semente” do que você quer iniciar na sua vida, em qualquer aspecto, seja pessoal ou profissional.É o período em que a lua favorece a criatividade e novas idéias, mas elas ainda devem ficar no campo da idealização e não da ação!Com isso, a prática do yoga é mais suave e fluída.Não são aprendidas novas posturas e nem é o momento de se desafiar em ásanas novos.

Então com a chegada da lua crescente, vem o potencial para crescer!Colocar em prática a idéia que foi semeada anteriormente.

Profissionalmente, a reunião que foi agendada na lua nova, deve agora ser feita, assim como a entrevista de emprego que estava marcada ou a abertura do novo estabelecimento ganha potencial se feito nessa lua. Na vida pessoal, o relacionamento pode ser nutrido, a viagem planejada pode ser feita.

Na aula de yoga, a disposição física favorece a execução de posturas mais desafiadoras e intensas.

Lua cheia…essa que tanto nos fascina!É o momento em que as emoções encontram o auge, mas cuidado!Estarão a flor da pele, as características que cada pessoa já tem; quem tem tendências depressivas, terão elas evidenciadas; quem tem perfil meditativo, terá maior facilidade e prazer ao meditar. Ansiedade, amor, alegria, ciúme, enfim, qualquer que seja seu perfil emocional, estará com mais ênfase nessa lua.

Se conectando com a lua cheia, a aula de yoga deve respeitar o perfil de cada aluno e assim possibilitar que haja equilíbrio total das energias que se movimentam em nosso corpo prânico, energético.

Na fase final do ciclo lunar, o quarto minguante, é o momento da limpeza do corpo e mente, favorável ao recolhimento e observação. Nos pilares do yoga, é a oportunidade para Aparigraha e Swadhyaya-desapego e auto-estudo.É a oportunidade de abrir espaço no campo de emoções e hábitos que nos bloqueiam e impedem o crescimento.Ténicas de purificação são bem vindas, como kriyas, pranayamas e meditações específicas nesse sentido.

 

 

A origem dos pensamentos

Em termos de conteúdo, a fonte de seus pensamentos é o acúmulo de suas percepções sensoriais.  Em termos de substância, um pensamento é apenas uma reverberação – você pode dar qualquer forma. Através da meditação, você acalma as reverberações em quietude.  A reverberação que você experimenta como pensada agora, em uma escala menor de evolução, seria instintiva.  O instinto não é exatamente o mesmo que se pensa – há muito mais clareza no instinto do que no pensamento.
 O instinto é uma forma inferior de pensamento, ou o pensamento é uma forma superior de instinto.
 Um pensamento pode ser formado de um jeito ou de outro – pode ser contraditório.  O instinto é bem definido.  Animais que são mais baixos na escala evolutiva parecem estar muito mais seguros sobre a sua vida do que os seres humanos, porque suas reverberações estão no nível do instinto.  O instinto é sempre sobre sobrevivência – principalmente sobrevivência física.
 O instinto tem alcance mínimo – é sempre sobre o seu entorno imediato.  Mas seus pensamentos não precisam ser sobre o seu entorno imediato – eles podem ser sobre qualquer coisa.  É por isso que você pensa em tantas bobagens que realmente não lhe dizem respeito.  Você pensa em todos os tipos de coisas – céu, inferno, um milhão de anos depois ou um milhão de anos atrás – os pensamentos podem ir a qualquer lugar.
 No processo evolucionário, à medida que o corpo evolui, as reverberações que ocorrem dentro também evoluem do instinto para o pensamento.  O pensamento é uma certa liberdade – dá-lhe maior acesso à vida.  Mas, ao mesmo tempo, os pensamentos criam uma turbulência total nos seres humanos.  Todo sofrimento é porque você não sabe qual caminho pensar e o que fazer.  Se você seguisse pelo seu instinto sozinho, saberia o que fazer.  A vida seria muito mais simples, mas também muito limitada.  Não haveria outras possibilidades além da sobrevivência.
Depois que o instinto evoluiu para o pensamento, e o processo de pensamento se tornou excessivo, as lutas surgiram, porque os pensamentos acontecem involuntariamente, de acordo com as impressões sensoriais que você reuniu.  O processo de pensamento tornou-se um problema para as pessoas apenas porque elas não estão cientes de que isso é apenas uma reverberação.  Essas reverberações podem tomar qualquer forma, ou você pode experimentá-las como reverberações sem lhes dar nenhuma forma.
De certo modo, o processo de meditação é apenas isso.  Não é que suas reverberações tenham parado, até agora – é apenas que você parou de anexar formas ou significados a elas.  Estar ciente o suficiente para não anexar formas ou significados a cada reverberação que acontece dentro de você é uma enorme liberdade, e isso libera você do conteúdo passado de sua mente.  Ou em palavras tradicionais – é desassociar sua estrutura kármica, porque você não está dando mais forma ou significado.
 Todo o processo do Yoga é sobre não dar forma à reverberação que você está agora.  Seu pensamento é uma reverberação e, de um modo mais profundo, o que você chama de “eu mesmo” também é uma reverberação.  A vida em si é uma certa reverberação.  A física moderna está provando que toda a existência é uma certa reverberação de energia.  O corpo físico, pensamentos, emoções e tudo o mais são aspectos diferentes da reverberação que a existência é.  Nos seres humanos, essa reverberação evoluiu de um estado instintivo para um estado de pensamento, que é uma liberdade porque dá a você um maior acesso à vida.  Ao mesmo tempo, sem a necessária conscientização, todo sofrimento pelo qual os seres humanos estão passando está apenas em seus pensamentos – está na maneira como eles pensam.

Meditação é diferente do yoga?

Segundo a tradição milenar do Yoga, a meditação faz parte das práticas yóguicas, pois yoga não é apenas a parte física, os ásanas, as posturas.
O ocidente se apropriou dessa tradição de maneira um pouco equivocada e por isso algumas pessoas acreditam que yoga e meditação são práticas distintas porém complementares ao mesmo tempo.

Na visão do Yoga clássico, há três etapas finais para se chegar ao estado de Samádhi (a tradução mais próxima dessa palavra sânscrita é iluminação).

São elas: pratyahara, dhárana, dhyána.

Pratyahara é o recolhimento dos sentidos, a interiorização.

Dhárana é a técnica da concentração, foco.

Dhyána é a meditação em si, um estado difícil de ser descrito em palavras, mas que encorajo você a praticar e reconhecer por si só!

Especialistas afirmam que meditação traz benefícios tanto para o corpo quanto para a mente e que a prática pode fazer com que haja melhora do sistema imunológico, diminua a pressão arterial e reduza o estresse e a ansiedade. Promove um desacelerar profundo que ultrapassa até mesmo as vantagens do sono.

A partir daí é que o real benefício do yoga aparecerá, mas isso vai muito além do que a ciência pode explicar.
A relação entre as posturas do yoga e a meditação vem da necessidade de manter os praticantes focados na conscientização de seus corpos e dos movimentos que realizam durante a prática.
Meditar é alcançar o seu interior e melhorar a relação que você tem com seus sentimentos e emoções, tudo na mais perfeita harmonia.

Professora Mônica Bergamo

Yoga emagrece?

Essa é uma pergunta que escuto com frequência.
Na verdade sei que a pessoa está questionando se a parte física do Yoga, os ásanas, as posturas, proporcionam perda de calorias.
Para a pergunta elaborada dessa maneira, eu diria que não, o yoga não emagrece, pois em nenhuma abordagem dessa milenar tradicão, esse é o intuito. Alíás, está muito longe disso.
Já vi reportagens a esse respeito, infelizmente até mesmo em revistas especializadas em Yoga, mostrando que determinada modalidade de Yoga gasta- se tantas calorias, em outra modalidade outras tantas e assim por diante.
Imagino que isso tenha atraído um público equivocado para os estúdios deYoga
Em relação a pergunta simples: Yoga emagrece? eu respondo que sim, tanto emagrece quanto engorda, depende do que há em desequilíbrio no indivíduo, pois Yoga é equilíbrio, harmonia, equanimidade. Alguns precisando ganhar peso, outros perder.
O desequilíbrio pode estar no aspecto físico, mental ou energético.
Um verdadeiro professor de yoga tem (ou deveria ter), a sensibilidade e conhecimento para identificar qual a maneira de conduzir o aluno para esse fim. Jamais trilhando o caminho do gasto calórico e sim identificando que no aspecto físico, deve-se encontar o equilíbrio através das posturas (ásanas) e exercícios respiratórios (pranayamas), atuando também nas funções endócrinas do corpo.
Para desarmonia mental, onde na tradição do yoga estão contidos 16 aspectos (como intelecto, emoção, inteligência, ego, etc), aplicar a meditação e boa orientação verbal e filosófica durante a aula.
No aspecto energético, a harmonização vem através deste conjunto todo.
Se você está abaixo ou acima do peso, ou mesmo no peso ideal para se sentir bem, o Yoga é para você, o Yoga é para todos, para que diariamente possamos manter a balança da vida nivelada.
Digo isso também por experiência própria. Ao iniciar o Yoga em minha adolescência, eu pesava cerca de 10 quilos a mais do que hoje.E através do Yoga como um todo, hoje sei identificar exatamente o que me levou a estar acima do peso naquela época…
Yoga proporciona o auto-conhecimento para conduzirmos a vida da melhor maneira possível.

Professora Mônica Bergamo

Benefícios do Yoga: físicos, emocionais, mentais, energéticos e espirituais.

Vou tentar colocar em palavras o que acredito que você precise colocar em prática para entender…

Um pouco do que ocorre a nível físico com a prática regular do Yoga:

Muda nossa fisiologia;

Melhora o funcionamento dos nossos órgãos e tecidos;

Maximiza o fluxo de prana (energia vital) através dos movimentos e da respiração que está sempre presente;

Otimiza o fluxo sanguíneo e a tonificação de nossos órgãos internos que são desintoxicados;

Atua no sistema endócrino e com isso influencia na liberação de hormônios. 

No nível emocional e mental:

Traz para a consciência traumas e tensões emocionais que ficaram estagnados em algum lugar do corpo físico;  

Promove clareza emocional para perceber quando as emoções estão agindo através de nós;

Devido ao fluxo de prana e a melhora do fluxo sanguíneo que os ásanas promovem ajudam a mente a se acalmar; aquietando o sistema nervoso;

Presença para o aqui e agora;

Promovem a estabilidade mental; ficamos mais aptos a auto-observação e com isso aprendemos a não agir de modo reativo às situações e sim de maneira sábia e consciente.

No nível energético:

Proporciona mais espaço no corpo físico para o prana, energia vital, fluir e chegar com qualidade em todos os cantos do nosso corpo;

Maximiza: saúde, bem-estar, vitalidade, entusiasmo, e uma visão mais positiva da vida;

Cada indivíduo, segundo a Ayurveda (ciência da vida, da tradição indiana), tem uma constituição chamada dosha e ao adequar sua prática de ásanas, alimentação e hábitos ao seu dosha, há um equilíbrio energético que te proporciona a dose ideal entre Rajás (ação) e Tamás (inação).

 No nível Espiritual:

Toda essa conexão interna, fluxo de prana, estado de consciência no momento presente nos ajudam a nos conectar com nossa essência; entrar em comunhão com o divino que está dentro de nós e não fora.

 Professora Mônica Bergamo

 

Posturas de yoga não são ginástica!

Você já viu aquelas fotos de posturas na internet e sente que nunca poderá praticar Yoga?

A maioria das pessoas se sente assim e isso é normal porque desconhecem o que de fato é a prática de Yoga e acabam definindo o conceito de uma prática tão vasta e completa apenas por uma foto de uma certa postura. Isso é como pegar uma frase fora do contexto e publicar apenas a frase. Olhar para o Yoga apenas com base nos ásanas é subjugar tudo o que a prática tem a oferecer. Ásanas são uma parte importante da prática, mas não são a prática em si.

Quando as pessoas me perguntam se praticar Yoga é difícil eu digo que sim porque Yoga nos leva a fazer grandes questionamentos como: Quem sou EU? O que vim fazer aqui? Qual é o propósito maior de tudo isso? Dessa nossa existência?

A prática nos convida a olhar com verdade para quem somos e onde estamos em nossa jornada. Não é nada fácil olhar dessa maneira para todos os aspectos de nós mesmos e perceber que a mudança que buscamos no mundo precisa começar dentro de nós, em nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações.  Sim, Yoga é “difícil “, mas é “difícil” por conta desses questionamentos e não pelos ásanas em si. Pois para os ásanas temos muitas modificações. Mas esses questionamentos fazem parte da nossa busca humana.

Embora possamos ver nos ásanas a sua beleza, perceber o aumento de flexibilidade do corpo e a melhora da nossa
condição postural com o tempo de prática, o que realmente buscamos é, através deles a mudança na nossa postura
interna, é o entendimento de e quem eu realmente Sou e a comunhão com o TODO.

Entendido isso, vamos reconhecer que os ásanas quando bem trabalhados são capazes de criar uma raiz dentro de nós.

Postura invertida sobre a cabeça- Shirshásana

O shirshásana é conhecido como o rei dos ásanas (posturas)
Advertência do Mestre B.K.S. Iyengar: “a prática de ásanas deve ser regular, porém, se você não tiver tempo suficiente em seu dia para fazer uma série completa, faça pelo menos o shirshásana!”
A invertida mais importante é o Shirshásana (invertida sobre a cabeça). É a melhor ferramenta física que possuímos para reverter, no mundo físico, a descarga de energia que decai, causando envelhecimento do corpo e da mente. Essa forças nos fazem perder o poder mental e clareza, perda de boa postura, respiração insuficiente, má circulação sanguínea e linfática, má digestão.
Realizando as invertidas, o corpo se auto cura em todas as esferas. A força de gravidade que atua em nosso corpo e seus sistemas é revertida, ao virarmos literalmente de ponta cabeça. Nossa relação com a ação de gravidade e forças do planeta Terra muda completamente e nosso corpo é nutrido ao invés de enfraquecido.
As invertidas garantem um aporte ideal de sangue para a cabeça e estimula as glândulas pineal e pituitária em nosso cérebro, sendo estas glândulas responsáveis pelo crescimento, regulação de sono e regeneração através de seus hormônios.
A prática regular das posturas de inversão revitaliza as células cerebrais, ajudando no rejuvenescimento, maior clareza de pensamentos, memória e raciocínio havendo melhora geral no sistema nervoso e proporcionando equilíbrio mental, calma e atenção plena. Pessoas que sofrem com insônia, falta de memória e baixa vitalidade recorrem à essa prática de ásanas.
As invertidas descomprimem a coluna, fortalecendo pescoço, ombros e braços.O sistema muscular de abdômen e pernas são tonificados. Ao elevar as pernas, sangue e linfa são amplamente beneficiados. Pés e tornozelos recebem um “alívio” em suas funções, evitando inchaços e sensação de pernas cansadas.
Devido a inversão, todos os órgãos abdominais são “limpos” e beneficiados, evitando assim doenças, inclusive do fígado, rins, estômago e intestinos.
Como em todas as coisa da vida, a sugestão de ficar de “ cabeça para baixo” não deve ser universalmente recomendada…
As precauções devem ser tomadas, desde os casos de doenças ou lesões pré- existentes até a observação, sempre válida, de perceber o que é adequado ou não para si mesmo.
Devem evitar as invertidas pessoas com pressão alta, doenças cardíacas, quem sofreu AVC, descolamento de retina, glaucoma, epilepsia, e algumas outras condições. Tudo deve ser observado pelo praticante e pelo professor de Yoga.
Antes de pratica, é essencial consultar um médico.
As invertidas são as cafeínas naturais do nosso corpo, proporcionam grande disposição e alegria palpável no instante em que retornamos delas.
Por que as invertidas são posturas que demoram a ser executadas?
A razão pela qual os ásanas de inversão demandam paciência e perseverança, são a explicação para a necessidade de treinamento mais longo até a completude do ásana.
Elas nos afetam nos pontos emocionais. Demandam uma abertura de coração, encontrar a humildade diante de desafios extremos. É dito que ao permanecer em invertida, o Yogi precisa erradicar emoções auto- destrutivas, e sentimentos como raiva, orgulho, ódio e inveja.Trabalhando sobre o ego para seguir em direção a alegria e harmonia e sensações nunca antes imaginadas .

O mantra OM

Toda a literatura do Yoga se fundamenta na língua antiga surgida na Índia chamada Sânscrito. Quando vocalizamos essa língua é chamada sânscrito; quando a escrevemos, seu alfabeto é o devanagari.
Sendo assim, podemos vocalizar o mantra OM (AUM) ou grafá-lo ॐ
O que importa no Om não é sua forma, mas seu som que é carregado de significado; explicado pela Māṇḍūkya Upaniṣad, que usa a sílaba para indicar a realidade última, aquilo que é livre de todo o universo de nomes e formas, que é a paz, livre de qualquer coisa que não seja ele mesmo, não-dual.
A sílaba Om indica tudo: os três estados da consciência: sono profundo, sonho e desperto (que incluem o não-manifesto e o universo inteiro de coisas manifestas) e também aquilo que os sustenta e que deles é distinto.
Entender o Om através do intelecto é inútil, sugiro que aplique esse mantra em sua rotina de meditação e sinta por si só os efeitos!

Desapego, o exemplo das abelhas.

O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colmeia, abandonam-na e não a deixam morta, em ruína, mas viva e repleta de alimentos. Todo o mel que fabricaram além do que necessitavam, é deixado sem preocupação com o destino que terá.

Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás. Na vida das abelhas temos uma grande lição. Em geral, o homem constrói para si.Pensa no valor da propriedade, tem ambição em conseguir mais bens; sofre e briga quando na iminência de perder o que “lutou” para conseguir. “Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros…” Assim não pode haver paz quando pensamentos e sentimentos prendem o ser ao que ele julga sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar voo para novas moradas. E tal impedimento ocorre em vida ou mesmo após a morte, como um simples pensamento como, “para quem vai ficar a minha casa? ” é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada.

Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e ainda doam a maior parte dele . A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente o soltam, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que têm, seja para quem for- o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de dirigir a doação para alguém de nossa preferência.

Se quisermos ser livres, se quisermos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar.

O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, e que devemos soltá-los.Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda, e sim visão mais ampla. O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que há algo maior para nosso crescimento.E se não abrirmos mão do velho, como pode ter espaço para o novo?